Sala 3
the point across the line
MARGARIDA SARDINHA
Na montagem de Sem Limites uma Linha discute a obra de Ceal Floyer “Taking a line for a walk” com um Ponto que prefere a noção “Uma linha é um ponto que foi dar um passeio” - Paul Klee.
Ponto – Tu não passas de um conjunto de pontos por isso vamos trabalhar porque este assunto está fechado
Linha – Mas eu sou a linha Sem limites e tu não tens dimensão
Ponto – Sou dimensão zero como um átomo ou um vírus que não se vê, mas existe
Linha – Como se fosse uma linha de contágio, esta exposição começou por causa de um vírus
Ponto – Mas eu fui o ponto de partida, o ponto isolado no espaço e no tempo como a obra “Ilha de pedra” da Beatriz Horta Correia
Linha – Eu expandi-te e desafiei-te, pois sou livre como uma linha de segurança na estrada tal como Spina de António Castanheira
Ponto – Eu sou o ponto de origem de tudo como revelam as séries fotográficas Covid e as intervenções Covoides-20 de João Bettencourt Bacelar e Manuel Casimiro respectivamente
Linha – Eu dou-te dimensão nas várias dimensões como na obra formal de Fernando Marques de Oliveira ou na obra fractal de Margarida Sardinha
Ponto – Eu sou a codimensão dessas linhas, sou o ponto pixel na obra de Rui Martins
Linha – Eu sou a linha do continuum da timeline de Regina Frank e das híper-linhas de Daniel Nave e Alba Simões
Ponto – Eu sou o ponto subatómico e aleatório de João Brehm
Linha – Mas eu dou origem ao espaço e também sou a linha desconstruída de Beatriz Cunha e a linha truncada de Isabel Garcia
Ponto – Eu sou o ponto módulo onde tudo está contido para formar um padrão tal como na obra de Ester Andres ou Katie Lagast com as suas falsas pedras
Linha – Eu sou a linha recursiva do padrão “Das Sombras que permanecem” de Helena Ferreira, tal como também nas linhas de produção de Tiago Duarte
Ponto – Eu sou o ponto de projecção e o ponto espacial da Harmonia das Esferas nas obras de Catarina Domingues, José Paulo Ferro e Marco Moreira
Linha – Eu sou a linha circular aleatória resultante de processos alquímicos como o de Felipe Raizer, Suzana Queiroga e Sebastião Resende
Ponto – Eu sou o ponto de fuga nos estudos para animações do Celensi Studio
Linha – Eu sou a linha recta, linear de união entre dois pontos tal como uma ponte na obra de Marco Ayres ou uma linha de tensão como na instalação de Mill
Ponto – Eu sou o ponto analógico da escrita que se denomina “letra” como na obra de João Ghira Z
Linha – Eu sou a linha de texto serial de Isaque Andrade e as palavras generativas do vídeo de Beatriz Albuquerque
Ponto – Eu sou o ponto revelador dos “Fortune Cookies” de António Cerveira Pinto
Linha – Eu sou a linha do destino de “Gogol is better than Google” de António Guimarães Ferreira
Ponto – Eu sou o ponto bindu ou mónade, tal como um ovo cósmico ou um casulo na obra de Regina Costa
Linha – Eu sou a linha poética, linha de silhueta ou fantasmagórica das obras de João Paulo Barrinha e Rodrigo Bettecourt da Câmara respectivamente
Ponto – Juntos, tu (continuum) e eu (atomismo), somos como a obra de Catagreena e Raquel Pedro que se reflectem mutuamente, somos reflexos de um ideal que tal como um espelho, projecta a realidade.
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