Isaque Andrade

Isaque Andrade

A Google Earth Odissey, 2018, impressão digital, dimensões variáveis

Preço: €1500

Arte Digital, 3D (Post-Internet Art), 2018

Uma Odisseia no espaço virtual/real do Google Earth, onde os transeuntes à volta do mundo se deparam com o mesmo monolito e estupefacção que vemos no filme de Kubrik 2001: A Space Odissey.

Isaque Andrade

COVID-20, Coronavideos, gif animado, 640x360 px

Preço: €1500

Arte Digital (Post-Internet Art, Glitch Art, Gif) - 2020

Através de uma app criada para o tumblr (master of shapes), que reage à onda sonora de um ficheiro de música (mp3 ou URL), é criada em streaming uma geração de imagens aleatória, procuradas pela hashtag em páginas de blogues tumblr também de forma aleatória (no caso da presente obra #glitchgif). Foi gravado com uma câmera capturadora de ecrã um vídeo desse streaming, do qual foram feitos diversos gifs. A escolha da música (rock, jazz, electónica, etc), também determina de certa maneira, não as imagens em si, mas a quantidade de variações e a velocidade das mesmas. No final foi feito um glitch final a cada gif, dos quais a presente obra é apenas um exemplo.

Isaque Andrade

Autom@tic Art Poems, by The R@ndom Poet (A Man Called Pollock), 2019, impressão digital, dimensões variáveis

Preço: €500

Arte Digital, Post-Internet Art, Generative Poetry, 2019

Poesia generativa feita directamente num motor de internet (poemgenerator. org), onde pela escolha de quatro ou cinco palavras (no caso da presente obra, a opção foi a forma poética de um Limerick, um verbo, um substantivo, um nome próprio, etc), é gerado um poema aleatório baseado nesses vocábulos. Os poe- mas finais surgem pela tentativa e com as limitações que o próprio motor tem ao nível de vocabulário e sintaxe. É no final uma questão de escolha do resultado dessas várias tentativas. Todos os poemas são sobre artistas, quer seja sobre algum aspecto do seu trabalho ou da sua vida.

Formado em Pintura pela FBAUL, formação que não renega, mas da qual se afastou (felizmente) quase na totalidade. Faz arte com ferramentas digitais (apps, 3D, gifs, vídeo, motores generativos web, photoshop, etc). Algumas exposições no final dos anos 90 e início deste século, nomeadamente na Galeria Belo Belo (Braga) e na Galeria Quadrum (Lisboa). Desde então expõe em plataformas e blogues online.

Mais sobre este autor

TRÊS PERGUNTAS A ISAQUE ANDRADE

ANTÓNIO CERVEIRA PINTO — Enquanto artista que significado tem a palavra arte para ti?

ISAQUE ANDRADE — Arte é a liberdade de expressar a minha cosmovisão, seja de uma forma artística, poética, política, sociológica, fazendo o mínimo de cedências, algo que por vezes, como cidadão, não acontece.

ACP — No rio de sensações onde toda a mercadoria, incluindo a mercadoria-informação, é embrulhada com formas que apelam aos sentidos — formas sedutoras, sensuais e inteligentes —, ainda é possível destacar uma obra de arte genuína?

IA — Talvez o mais genuíno no meio de toda esta informação, seja a utilização e a maneira como as diversas linguagens são articuladas pelo artista, e menos a originalidade no sentido e uso mais tradicional da palavra. Claro que as temáticas são importantes, mas ser original usando os mesmos canais de informação, os mesmos meios tecnológicos (apesar de terem múltiplos usos), não é tarefa fácil.

ACP — O Instagram e as redes sociais em geral colocaram a imagem, a representação e o espelho no top do imaginário global. Forneceram a todos uma espécie de formação rápida de criatividade e arte, fazendo de cada um de nós artistas automáticos. Neste museu virtual vivo qual é, uma vez mais o lugar da arte. 

IA — Pegando na resposta à segunda pergunta (o uso a maneira como se articulam as diversas linguagens) é talvez o que acho de mais importante. Há uma diferença entre cosmovisão e egovisão, partindo a primeira de um ponto de vista pessoal para o colectivo (usando as redes sociais, por exemplo para partilhar) e a segunda de uma percepção do mundo centrada em si mesma (usandos as mesmas redes sociais, para apenas mostrar, seja o que for). Talvez a arte se encontre a meio caminho.

>> Regina Frank