Katie Lagast

Katie Lagast
Fake stone, 2020, barro branco seco com lápis, 18 cm x 14 cm x 10 cm
Preço: €325

Para essas obras, a artista usou vários moldes que fez ao longo dos anos com pedras e peças de rua. Ela os encheu de barro reciclado. Após a secagem, ela desenhou linhas e rabiscou nos trabalhos com um lápis de grafite. Isso dá a cada pedra uma pele muito semelhante à de uma pedra real e, às vezes, é impossível dizer à distância se alguém encontra uma amostra falsa ou uma pedra real.

Katie Lagast
Sem título (parte da instalaçao ‘Road Works), 2018, tinta acrilica sobre madeira, 223 x 3 x 5 cm
Preço: €275

Esta peça faz parte da instalação 'Road Works': um conjunto de vigas, faixas e ripas de madeira nas quais foram aplicadas cores que se referem a obras de rua e construção, usando tinta acrílica, pastéis a óleo e giz. Às vezes, eles estão bloqueando a passagem do espectador para o espaço de exibição. Este é um trabalho muito relevante nesses tempos estranhos de pandemia, referentes à realidade direta nas cidades onde as entradas para lojas ou restaurantes são limitadas dessa maneira.

Katie Lagast
Streetstones, 2017, 180 elementos em porcelana de redução, dimensão variavel e adaptável ao espaço, cada pedra aprox: 11 x 11 x 11 cm 
Preço: €140€ (cada pedra); €12500 (instalação)

Pedras únicas, que a artista encontrou em suas caminhadas pela cidade, foram levadas ao estúdio para serem transformadas em objetos de porcelana, conferindo à obra um caráter e uma perspectiva tangíveis. Juntos, eles formam uma rua branca pura e bastante abstrata, na qual nenhum tráfego pode dirigir, nenhum transeunte pode andar.


O trabalho de Katie Lagast foi exposto em varias galerias de arte e mostras colectivas na Bélgica, na Holanda, na Alemanha, em França e em Portugal. Ela recebeu bolsas do governo Flamengo e, para o sue ‘Projecto Individual’ no Ar.co – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa (2015 – 2017), a ‘bolsa: Vitoria, Graça, Luz e Salvador Reis’. Além disso a artista foi convidada para algumas residên- cias artísticas na Bélgica, Holanda e Portugal. Através das suas instalações, esculturas e trabalhos gráficos, Katie criou um mundo só seu que leva o observador a não tomar nada como garantido. Trabalhando com base em pistas visuais de ambientes urbanos deca- dentes, Katie apanha fatias de espaço e de tempo que outros não se atrevem em reparar. A sua inspiração vem direitinha do chão: uma tampa de esgoto, pedras de pavimento, ervas, paus ou a luz que neles incide ao final da tarde. Tratando temas aparentemente casuais, a analise formal e o olho para o pormenor da Katie transformam-nos em objectos de beleza e contemplação.

SOLO E DUO

2020: “Êm transito” – Galeria A Montanha em Lisboa com o Henrique Neves
2019: “Moderno Escondido” – Passevite em Lisboa com o Henrique Neves, ”Reflected times, time reflections” – Galeria Ottoco em Lisboa com a Carina Martins
2018: “A Rota de Sede – Uma viagem no espaço” – Centro Cultural em Macedo de Cavaleiros com a Fátima Freide Reis, “Cruzamentos” – EspaçoAZ em Lisboa (P) com Fátima Frade Reis
2017: “The finger that points to the moon is not the moon” – Hofke Van Chantraine em Oud-Turnhout (B), 2016: “Mirrored Spaces” - (Woot) em Antuérpia (B) com a Marta Castelo, “Kunstenaar in de Kijker” – Kunst in Huis em Leuven (B) 

EM GRUPO

2019: “The Corner Piece #3” – Belo Campo, Galeria Fransesco Fino em Lisboa,  
2017: “Bolseiros e finalistas do Arco 2016-2017” – Hub Criativo em Lisboa
“XIX Bienal International de Arte de Cerveira” em Vila Nova de Cerveira, 
2016: “European Triennial of Ceramics and Glass” – Les vieux Abattoires em Mons (B)
2015: “Bolseiros e finalistas do Ar.Co”: artista convidada – Museu da Cidade – Pavilhão Preto em Lisboa, 2015: “Lekker Belangrijk” no TAC em Eindhoven (NL), Willem I Fabriek in Den Bosch (NL), Electron in Breda (NL)


TRÊS PERGUNTAS A KATIE LAGAST

ANTÓNIO CERVEIRA PINTO — Enquanto artista, que significado tem a palavra arte para ti?

KATIE LAGAST — A palavra arte não é a mesma que artisticamente, o que você esperaria de um cachorro no circo que sempre realiza os mesmos truques. A verdadeira arte não se coloca em caixas e não pode ser capturada por denominadores. Dá a oportunidade de dar saltos laterais e até surpreender seu criador com sua aparência final.

The word art is not the same as arty, which you would expect, for example, from a dog in the circus who always performs the same tricks/ tricks. True art does not put itself inboxes and cannot be captured by denominators. It gives itself the opportunity to dodge and even surprise its creator with its final appearance.

ACP — No rio de sensações onde toda a mercadoria, incluindo a mercadoria-informação, é embrulhada com formas que apelam aos sentidos — formas sedutoras, sensuais e inteligentes —, ainda é possível destacar uma obra de arte genuína?

KL — Sim com certeza. Porque a obra de arte não é apenas a forma sensual, mas a transcende e envia sinais para o público, que pode sentir todo tipo de sensações e emoções olhando para o trabalho. Uma obra de arte não é apenas sua aparência, mas carrega nela uma mensagem, grande ou pequena, de outra coisa, uma referência a algo que é mais do que apenas mercadoria.

Yes, it is. Because the artwork is not merely the sensual form, but transcends it and sends out signals to its audience, who can feel all kinds of sensations and emotions by looking at the work. A work of art is not just its manifestation but carries within it a message, big or small, of something else, a reference to something more than mere merchandise.

ACP — O Instagram e as redes sociais em geral colocaram a imagem, a representação e o espelho no top do imaginário global. Forneceram a todos uma espécie de formação rápida de criatividade e arte, fazendo de cada um de nós artistas automáticos. Neste museu virtual vivo qual é, uma vez mais o lugar da arte. 

KL — O lugar da arte é contar uma história verdadeira da vida sem representar a própria vida. Ele sustenta um espelho para a sociedade enquanto é pensado para ser o próprio espelho que se vê. Eu não acredito que através das redes sociais somos todos artistas de arte verdadeira, talvez todos nós somos artistas da vida que fazem apresentações nas redes sociais. Se todo mundo que mora aqui no planeta usasse criatividade real e genuína, nós, como sociedade, pertenceríamos à um mundo muito mais interessante.

The place of art is to tell a true story of life without representing life itself. It holds up a mirror to society while it is thought that it is the mirror itself that one sees. I do not believe that through social networks we are all artists of true art, perhaps we are all artists of life who give their presentations on social networks. If everyone who lives here on the planet were to use real, genuine creativity, we as a society would belong to a much more interesting world.

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