Jorge Castanho

Jorge Castanho
Contágio, 2020
Escrita em suportes e tamanhos diversos
Preço: €1000


Contágio

Quem descia a rua mudou de passeio, no largo fecharam-se as portas, os que sempre cumprimentavam não nos viram. A proteção do medo remeteu-nos para a gruta e vedou-nos a praça. O mundo regrediu até à campânula de cada um, a vida existe apenas até onde a pele respira. O déspota invisível caiu sobre nós, e nós desejámo-lo. Agora cultivamos a sós o novo canteiro de servidões.
Jorge Castanho


Doutorado em desenho pela universidade de Sevilha, 2006. Pós doutorado na universidade de Lisboa, 2007/2013. Interesses por desenho, escultura digital e literatura.

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TRÊS PERGUNTAS A JORGE CASTANHO


ANTÓNIO CERVEIRA PINTO — Enquanto artista, que significado tem a palavra arte para ti?


JORGE CASTANHO — A palavra Arte é o perfume que regula a aurora dentro das indecifráveis bibliotecas.


ACP — No rio de sensações onde toda a mercadoria, incluindo a mercadoria-informação, é embrulhada com formas que apelam aos sentidos — formas sedutoras, sensuais e inteligentes —, ainda é possível destacar uma obra de arte genuína?


JC — Nem todas as mercadorias apontadas ao infinito coabitam com as rosas. O engenho é contra o deserto e as obras de Arte são pássaros livres.


ACP — O Instagram e as redes sociais em geral colocaram a imagem, a representação e o espelho no top do imaginário global. Forneceram a todos uma espécie de formação rápida de criatividade e arte, fazendo de cada um de nós artistas automáticos. Neste museu virtual vivo qual é, uma vez mais, o lugar da arte?


JC - A terra é a substância infinita de resistência, onde transitam os murmúrios escritos em silêncio, essa força é o lugar da Arte.

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