Daniel Moreira e Rita Castro Neves

Daniel Moreira e Rita Castro Neves
Frozen, 2017, fotografia (série de 4 fotografias, impressão jato tinta contracoladas em pvc), 70 x 70 cm (cada)
Preço: €2400

Laking and Seaing é um ponto de encontro entre dois artistas que em conjunto refletem com, e sobre, imagem e paisagem.

(…) Os dois pólos da geografia europeia que são Portugal e a Finlândia, despoletam então a criação de imagens de um novo lugar que não híbrido mas imaginado, quem sabe utópico. O título da exposição joga com as palavras para nos permitir agenciar as paisagens – os idílicos lago e mar – subjetivando perceções, e na descoberta de um lugar que se constrói a partir de vários lugares. A promessa de um fusionismo aquático visceral quer do contido lago quer do expandido mar, mas também dos autores das imagens, dos diferentes meios utilizados para representar, de Portugal e da Finlândia, já revelam que a negociação dos espaços-entre, questionadores e abissais, é a plataforma para pensar os próprios modos de representação das imagens. Laking e seaing, formas verbais de verbos que não existiam, mas agora sim.
 
Daniel Moreira e Rita Castro Neves
Sobre uma pedra (série), 2019, grafite sobre papel, 31 x 21 cm (cada)
Preço: €750

(…) dois desenhos a grafite desvendam um pouco mais da paisagem do Feital, incluindo um tradicional abrigo, dos que ainda povoam o território português da beira interior. Construção de aparência rudimentar, o abrigo em pedra seca, é sempre o resultado de um trabalho e de um saber altamente especializados e laboriosos – o da pedra sobre pedra. Oferecendo efémero, mas necessário, descanso e proteção aos pastores e pastoras que diariamente percorrem o território, o abrigo embora de uso maioritariamente solitário, é eminentemente comunitário.

(…) Em cima e a propósito de uma pedra, este trabalho é sobre esta pedra e sobre possibilidades exploratórias nas relações que estabelecemos com o que nos rodeia.

Daniel Moreira e Rita Castro Neves
Baía, 2017, impressão fotográfica, edição de 5 + 2 PA, 70 x 46 cm
Preço: €600

Vidro paisagem é uma exposição realizada a partir da experiência especial e única da Residência Paulo Reis no Ateliê Fidalga, durante o mês de agosto de 2017. Aqui, o nosso encontro com a cidade de São Paulo, desdobrou-se por uma trama de relações afetivas e percursos pedestres, atentos à paisagem urbana, humana e natural. A separação e confluência de público e privado materializa-se também nos vidros que protegem os edifícios - nessa complexa teia de medos sociais. Vidros que estendem paisagens, em sobreposição, de impressionantes natural e construído.

Daniel Moreira e Rita Castro Neves

Artistas portugueses que vivem e trabalham no Porto, com percursos expositivos separados, trabalham desde 2015 em colaboração. Daniel Moreira é licenciado em Arquitectura, iniciando em 2000 um percurso multidisciplinar entre a arquitectura e as artes plásticas. Rita Castro Neves, após terminar o Curso Avançado de Fotografia do Ar.Co em Lisboa e o Master in Fine Art da Slade School of Fine Art de Londres, inicia uma atividade artística regular, de docência (atualmente na Faculdade de Belas Arte do Porto) e de curadoria (sobretudo na área da performance). Enquanto dupla têm-se concentrado na representação da paisagem, em que refletem com o desenho, a fotografia e o vídeo, de forma instalada, sobre colaboração artística, diferentes técnicas e culturas artísticas, território, escala e percurso. 
Parte do seu trabalho assenta em percursos na natureza, residências artísticas, e na ideia de experiência do lugar como ponto de partida para uma postura crítica sobre o contemporâneo.

Entre as exposições individuais que realizaram desde 2015 destacam Laking and seaing no Museu da Imagem nos Encontros da Imagem de Braga (Braga, 2017), Ainda, um Lugar na Casa-Museu Medeiros e Almeida (Lisboa, 2018), Ermida na Ermida de Santa Luzia em Alvito (junho 2019), Órbitas no Consulado Português em São Paulo (com Guto Lacaz, curadoria de Isabella Lenzi, 2019).

E das coletivas, Sem Imago Mundi, Antes um Desvio Aleatório no Planetário do Porto (curadoria de Eduarda Neves, 2018), Jardim Atlântico no Colégio das Artes (Coimbra, 2017) e no Paço Imperial do Rio de Janeiro (Brasil, 2018, apoio Programa Shuttle) e a Ci.CLO Bienal’19 de Fotografia do Porto (curadoria de Virgílio Ferreira, Jardins do Palácio de Cristal, 2019). Em 2022 têm uma exposição em dupla na Appleton Square, Lisboa.

Das residências artísticas destacam a Residência Paulo Reis do Ateliê Fidalga em São Paulo (Sandra Cinto e Albano Afonso, agosto de 2017), no Camões - Centro Cultural Português de Maputo, Moçambique (julho 2018), no Festival de Fotografia de Paranapiacaba (Brasil, agosto 2019) e no programa de residências Luz Linar (Feital, 2019-20).

Em outubro de 2017 realizaram uma viagem de estudo ao Japão com uma bolsa da Fundação Oriente.


TRÊS PERGUNTAS A DANIEL MOREIRA E RITA CASTRO NEVES

ANTÓNIO CERVEIRA PINTO — enquanto artista, que significado tem a palavra arte para vós?

DANIEL MOREIRA E RITA CASTRO NEVES — Ser e vida.

ACP — no rio de sensações onde toda a mercadoria, incluindo a mercadoria-informação, é embrulhada com formas que apelam aos sentidos — formas sedutoras, sensuais e inteligentes —, ainda é possível destacar uma obra de arte genuína?

DM e RCN — Surge-nos, por vezes, como um momento de surpresa, de suspensão.

ACP — o Instagram e as redes sociais em geral colocaram a imagem, a representação e o espelho no top do imaginário global. Forneceram a todos uma espécie de formação rápida de criatividade e arte, fazendo de cada um de nós artistas automáticos. Neste museu virtual vivo qual é, uma vez mais, o lugar da arte?

DM e RCN — Será, acima de tudo, um lugar crítico.

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