Ana Pais Oliveira
Ana Pais Oliveira
Try to breathe #2, 2020, acrílico s/ tela, 120 x 160 cm
Preço €3 900
Try to breathe #2 é uma pintura que terminei pouco antes desta pandemia ter assolado o mundo. Procura refletir a dificuldade de conceber a natureza sem a nossa presença e intervenção, sendo que estamos nela, à volta dela e, definitivamente, transformando-a consecutiva e permanentemente. Ironicamente, nestes dias, a natureza respira melhor, nós respiramos pior. Olho para esta pintura como se tivesse sido acabada à luz das dramáticas concessões que nos foram impostas enquanto sociedade: a ideia de prisão e confinamento em contraste com um excerto de natureza e a necessidade de respirar melhor, de ser livre. Por enquanto, a casa, o nosso canto no mundo, ganha um significado e um impacto ainda mais profundos nas nossas vidas, enquanto abrigos e fortalezas. "Uma casa tem estruturalmente uma intenção de sobrevivência." E a casa, enquanto elemento paradigmático de abordagem ao lugar, tem no meu trabalho uma presença reincidente, ainda que desconstruída, tornada ficcional e utópica, conectada com uma apropriação da linguagem da arquitetura para o espaço da pintura. Neste processo, a cor, um elemento tão fascinante quanto intrigante, assume um enorme potencial transformador na nossa perceção do volume, da profundidade e da ilusão.
Ana Pais Oliveira
Ar livre #10, 2019, acrílico s/ tela e contraplacado marítimo, 152 x 166 cm
Preço: €4 400
Em Ar livre #10 a cor e a linha dialogam permanentemente para a construção de um lugar para morar, um lugar que pretende ser sedutor, eventualmente reconhecido mas imaginário, familiar mas disfuncional e impossível. Existem elementos ligados a uma vertente paisagística que são interrompidos pela ideia de edificação, construção e arquitetura. A paisagem submete-se à arquitetura e esta desenha a paisagem, recorrendo à cor como elemento visual e expressivo com um enorme potencial transformador, tão fascinante quanto intrigante e desafiador, capaz de manipular a nossa perceção da profundidade, do volume, da ilusão. Neste processo, prevalece a tridimensionalidade, volume e corporalidade da pintura, que pretende sair de si mesma e, talvez, tornar-se objeto, escultura ou arquitetura, pedindo-lhes gramáticas emprestadas. A casa surge como elemento temático, formal e conceptual de eleição, ramificando-se na ideia de casa da árvore enquanto contexto experiencial alternativo ao qual podemos aspirar como refúgio ao ar livre, fortaleza ou, em última instância, um novo ponto de vista sobre o mundo.
Fez parte da seleção portuguesa para a Bienal Jovem Criação Europeia 2013/2015, itinerante por nove países europeus, foi selecionada para a XV Convocatória da Galeria Luis Adelantado em Valencia (2013), para a longlist do Solo Award 2016 / London Art Fair 2017, promovido pela Wilson Williams Contemporary Art Gallery, Londres, e para o Premio de Pintura Fundação Focus-Abengoa 2017, Sevilha. A sua pintura Ar livre #2 foi selecionada para impressão e apresentação no Munsell Centennial Color Symposium no Massachusetts College of Art and Design em Boston (10-15 Junho 2018) e na edição especial do Journal Color Research and Applications. Foi também convidada pelo grupo Desistart para desenhar uma coleção de tapetes, Perspectives Collection, que foi apresentada pela primeira vez na Maison & Objet 2019, em Paris. Venceu o 1º Prémio no XLIX Concurso Internacional de Pintura Homenaje a Rafael Zabaleta, Quesada, Jaén, Espanha (2019), o Kunstpreis Young Art Award <33 [colour] da Galeria Art Forum Ute Barth em Zurique, Suíça, onde expôs individualmente no Verão de 2014, o Prémio Aquisição dos Amigos da Biblioteca-Museu de Amarante na 9ª Edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso (2013), o 1º Prémio Eixo Atlântico na VIII Bienal Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular (2008), entre outros.
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